Gerenciar jovens exigentes não precisa ser trabalho árduo

O que a próxima geração de trabalhadores quer do emprego, é uma boa notícia para todos, diz Loubna Laroussi consultora da Cirrus

Quando a Geração Zpessoas nascidas na metade dos anos 90 até o ano de 2010 entrarem no mercado de trabalho nos próximos anos, os líderes terão que equilibrar as suas necessidades ao lado de tradicionalistas, como, os Baby Boomers, a Geração X e Millennials. Então, será que os líderes precisam começar a pensar em (manipular) equilibrar as preferências de quatro ou cinco gerações distintas operando lado a lado?

A resposta é sim e não, simultaneamente.

É verdade que os Millennials e Geração Z esperam um nível de influência que é mais desafiador à hierarquia tradicional do que as gerações anteriores. São nativos digitais que dão grande valor ao equilíbrio entre trabalho e vida. Mas dentro das montanhas de estudos sobre como gerenciar Millennials, há uma evidência interessante de que os jovens no local de trabalho hoje não são realmente muito diferentes dos jovens que entraram na força de trabalho nas gerações anteriores.

Pesquisa de Jean Twenge, professor de psicologia na Universidade Estadual de San Diego, descobriu que todas as gerações tendem a colocar mais valor no significado sobre o dinheiro quando jovens. Alguns mantêm sua raia altruísta por mais tempo, por exemplo baby boomers contribuem mais para entidades filantrópicas do que qualquer outro grupo.

No entanto, não basta apenas ignorar as prioridades das gerações mais jovens de hoje. Existem alguns fatores importantes a considerar para gerenciar o novo tipo de força de trabalho.  São eles:

Hierarquia

Muitas organizações modernas estão mais preocupadas com a colaboração e a tomada de decisão compartilhada do que costumavam ser. A maioria dos líderes reconhece que tirar o melhor proveito das pessoas, compartilhando responsabilidades e formando conexões significativas. O caminho da carreira tradicional de “ascensão” para se tornar um gerente de pessoas não é muito atraente para muitos Millennials e é susceptível de se tornar uma coisa do passado em muitas organizações.

Tecnologias Digitais

Isto é um fato da vida. Organizações que não abraçam tecnologias digitais estão ficando para trás. Qualquer trabalhador mais velho que ainda pode estar lutando com a investida da tecnologia também pode ficar aliviado ao ouvir que a talentosa  Geração Z é mais interessada em comunicação cara-a-cara do que Millennials, geração anterior a eles. Embora os trabalhos virtuais e digitais têm ajudado a transformar muitas organizações para melhor, parece que vamos ver o encontro pessoal tornar-se mais valorizado novamente. 

Melhor equilíbrio trabalho / vida

Todo mundo quer isso, não importa a idade. Só porque a geração mais jovem está exigindo, não significa que o resto da organização não estará aberto a novas formas de trabalhar.

Quanto mais os líderes puderem ajudar os indivíduos a entender como seu papel se alinha com o propósito e os valores da organização, mais provável que cada indivíduo contribua para o sucesso da organização. A maioria de nós irá conseguir mais e encontrar no trabalho uma experiência gratificante se tiver significado.

Assim, em vez de considerar como conciliar as necessidades das diferentes gerações, sugiro que os líderes pensem em equilibrar as necessidades de diferentes indivíduos. Afinal, nossa idade não é a única coisa que nos separa ou nos define.

Loubna Laroussi é consultora da Cirrus

Fonte:

http://www2.cipd.co.uk/pm/peoplemanagement/b/weblog/archive/2015/10/05/managing-demanding-young-employees-needn-t-be-hard-work.aspx

Comentários Prof. Adão Ladeira

A autora do texto, Loubna Laroussi  foi muito feliz ao defender que na realidade o conflito de gerações não é novidade na história da humanidade. Ele sempre existiu. Se analisar a história da participação das jovens brasileiras na sociedade e no mercado de trabalho nos anos 20, especialmente as que desejavam estudar, veremos que ali se viveu um grande conflito. As jovens tiveram que lutar muito para ocupar seu espaço na sociedade. A cultura machista não assimilava esta mudança.

A autoria cita pesquisas a respeito do tema “. Mas dentro das montanhas de estudos sobre como gerenciar Millennials, há uma evidência interessante de que os jovens no local de trabalho hoje não são realmente muito diferentes dos jovens que entraram na força de trabalho nas gerações anteriores”.

É fato que o mundo deu grandes saltos tecnológicos nas últimas décadas e isto provocou uma mudança de valores na sociedade por que os jovens (não importa classificá-los) estão chegando ao mercado de trabalho com um grande domínio da tecnologia e com expectativas diferenciadas. O que é normal. Mas no fundo sempre desejaram as mesmas coisas de seus colegas mais antigos nas organizações.

Pessoalmente considero estéril esta discussão de conflitos de gerações que se estabeleceu neste século. Este é um tema para vender livros! O que sim defendeu a autora e eu compartilho, é que os gerentes devem saber administrar as diversas gerações com equilíbrio. Todos são importantes para o mundo organizacional.

Naturalmente as organizações não podem deixar de investir em tecnologias para não perderem espaços no mercado.  Devem capacitar os profissionais mais experientes em ferramentas tecnológicas e adaptar seus modelos de gestão para receber os jovens que estão chegando e veem o mundo de maneira diferente, próprio de qualquer geração.

As sugestões dadas pela autora são muito pertinentes.

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